Diretor
do Banco Central observou que o sistema financeiro brasileiro é sólido, com
capitalização média de 16,3% pelo Índice de Basileia.
Informação é do diretor de Política
Monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes
Rio de Janeiro - O diretor de Política Monetária
do Banco Central, Aldo Mendes, disse não ver
risco de bolha imobiliária no país. "O crédito vem crescendo de forma
sustentável e não me traz preocupação com bolha", disse. Mendes afirmou
que a forma como o crédito é concedido no Brasil faz com que não haja riscos,
explicando que a figura da securitização, que teria culminado da crise de 2008
nos Estados Unidos, é extremamente incipiente no país."Na medida em que (a securitização avançar no
Brasil), isso será feito com segurança. O aprendizado dos outros países
contribuirá para que tenhamos uma regulação de securitização bastante
prudente", declarou em seminário sobre a crise global realizado nesta
sexta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na sede da Federação das
Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Sistema financeiro
Mendes observou que o sistema financeiro brasileiro
é sólido, com capitalização média de 16,3% pelo Índice de Basileia. Para o
diretor, o rebaixamento de bancos brasileiros pela agência classificadora de
risco Moodys, anunciado na quarta-feira à noite, foi um "ajuste
técnico" e não impacta a capacidade de "funding" das
instituições.
Na palestra, Mendes apresentou dados de comparação
internacional para mostrar que os bancos brasileiros apresentam solidez
superior aos de outros países e destacou que o BC exige capitalização de 11%,
enquanto as regras de Basileia preveem 8%. "Temos nível de capital acima
do internacional, além de rigorosas regras de provisionamento, com liquidez
acima do mínimo necessário", afirmou.
Segundo o diretor do BC, a autoridade monetária
"roda" testes de estresse e sempre vê resultados positivos. O
rebaixamento dos bancos pela Moody's, portanto, foi técnico. "Eles mudaram
o padrão de mensuração, que agora diz que não dá para o rating ser muito maior
do que o soberano. E nossos bancos estavam bem acima (do risco soberano),
porque de fato têm bons e sólidos fundamentos", acrescentou.
Câmbio
Mendes comentou que o Brasil não tem metas fixadas
para a taxa de câmbio. "Não existe qualquer taxa especifica ou banda de
câmbio perseguida pelo Banco Central", disse, ao ser questionado se a
instituição estaria abandonando o regime de câmbio flutuante, devido a suas
atuações no mercado.
De acordo com ele, a atuação do BC mira as condição
de funcionamento do mercado, como a boa condição de liquidez e a busca de que a
volatilidade não seja elevada. "Estaremos fora ou dentro do mercado
dependendo da liquidez", declarou. Mendes explicou que o BC entrará como
comprador onde houver excesso de entrada de dólar: no mercado spot ou no de
derivativos.
O diretor disse que a volatilidade é ruim para empresas que têm
pagamentos ou recebimentos em dólar e acrescentou que a ideia da atuação do
Banco Central é tornar o mercado "mais redondo". Ele reforçou ainda
que a instituição continua com "compromisso estrito" com a meta de
inflação e que o país deve seguir com a política fiscal baseada na lei de
responsabilidade.
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